O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário da Segurança Pública, José Mariano Beltrame, concederam uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, no Palácio Guanabara, sobre a onda de violência que assola o Estado desde o último domingo.
Cabral afirmou que o Rio está por encerrar um capítulo sangrento na história do combate à criminalidade. “Estamos virando uma página muito importante na história do Rio de Janeiro. Mais do que nunca, a população está percebendo que a conquista da lei e da ordem são direitos básicos”, exaltou o governador.
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Durante o pronunciamento realizado na sede do governo, Cabral também ressaltou que a população tem demonstrado confiança nos trabalhos. Para o governador, o fato de as autoridades terem se unido para fazer valer o Estado democrático é histórico.
Por sua vez, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, elogiou a ação do governo federal, que estaria cumprindo com a obrigação de liberar frotas e equipamentos para as ações no Rio. “É uma mudança de paradigma [sobre a união pelo combate à criminalidade]. Esse confronto é uma necessidade para que possamos manter o poder do Estado. Não é o momento de contornar riscos, mas de correr riscos”, afirmou, referindo-se ao envio de 800 militares do Exército que estão na Penha para auxiliar os policiais no combate.
Segundo o último balanço divulgado pela Polícia Militar, os ataques promovidos por criminosos durante toda esta semana na capital fluminense e na região metropolitana do Rio de Janeiro já deixaram 96 veículos queimados, entre ônibus, vans e carros de passeio. Pelo menos duas cabines da Polícia Militar foram metralhadas. As polícias Civil e Militar prenderam, desde o início da semana, 192 pessoas e 25 morreram em confrontos com as forças de segurança do Estado.
Comissão teme nova chacina
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados divulgou nota oficial alertando para o riscos de que as operações policiais de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro repitam o episódio da “Chacina do Alemão”, a mega-operação ocorrida em 2007 que mobilizou 1,3 mil policiais e resultou na morte de cerca 20 pessoas em um único dia. “Foram feitas atrocidades para nada. O tráfico aumentou lá”, aponta o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) membro da CDHM.